O nobre néctar



O vinho do Porto é um vinho fortificado, é feito com a adição de aguardente vínica a determinada altura do processo. A adição da aguardente ocorre antes do vinho ter completado a sua fermentação. Este processo faz com que o vinho possa adquirir a doçura natural da uva originando a textura e sabor macios e únicos. 

O vinho do Porto oferece inúmeras combinações com comida e é utilizado por chef 's nas suas cozinhas. 

Este precioso néctar é produzido na acidentada zona montanhosa do Douro. Em 1756 as vinhas do Douro tornou-se a primeira área vitivinícola do mundo a ser legalmente demarcada. 

O vinho do Porto deve as suas características únicas e distintas a uma harmonização de clima, solo e castas. O terroir da Região do Douro e os seus vinhos não podem ser produzidos em qualquer outro lugar. 

Muitas das vinhas mais antigas plantadas em socalcos feitos à mão são consideradas Património Mundial. 


 



 


A história do Vinho do Porto


 

O nosso Vinho do Porto é um vinho licoroso, fortificado, produzido exclusivamente a partir de uvas da Região Demarcada do Douro. A primeira menção documentada sobre o vinho do Porto remonta a 1675, altura em que já era procurado internacionalmente.

Mas, além do seu incrível sabor, textura e cor única, o que torna o Vinho do Porto único e com tanta personalidade? 

Para além do clima único e o facto das montanhas do Douro se posicionarem na horizontal, faz com que os ventos marítimos tenham uma enorme influência sobre as culturas onde as uvas crescem e se desenvolvem. A fermentação das uvas não é completa, sendo interrompida dois ou três dias depois do início, pela adição de aguardente vínica neutra.

O Vinho do Porto, apesar de ser produzido com uvas do Douro e armazenado nas famosas caves de Vila Nova de Gaia, o seu nome deve-se à cidade do Porto, a partir de onde foi e continua a ser exportado para todo o mundo, desde o século XVII. Atualmente, Pinhão e Régua são as áreas com maior produção de Vinho do Porto.

Este vinho classifica-se em quatro categorias: 
-Branco
-Ruby 
-Tawny
-Rosé 

 


Viticultura sustentável

 


A viticultura sustentável consiste no conjunto de técnicas que permitem a existência de um ambiente equilibrado e sustentável ao mesmo tempo que mantêm a qualidade do vinho e das suas videiras. 

No Douro o modelo de viticultura sustentável assenta:

-Na defesa da erosão dos terrenos e na beleza das paisagens; 

-A seleção das castas pelo terreno em conformidade com as características que apresenta e com vista no vinho a produzir

-Ausência de rega na vinha 

-Crescimento de ervas nas vinhas 

No primeiro ponto, o modo como é planeado a construção das vinhas e como as vinhas são dispostas evita a erosão dos solos provocada pelas chuvas. A existência de ervas ao longo do ano protege o terreno da erosão provocada pelas chuvas nos meses que não competem as videiras. Nos meses que competem as videiras estas ervas naturais do solo desaparecem e cria-se assim uma dinâmica entre as ervas e as videiras. 

Na manutenção da vinha não se utiliza herbicidas de ação residual e o uso destes produtos químicos nestas vinhas comparado à viticultura tradicional é de -68% de utilização.  







Da vinha até ao copo


 O Vinho do Porto é feito a partir de uma vasta diversidade de castas, sendo a maioria delas nativas da região do Douro, sendo este o toque especial que dá origem ao carácter e textura única do Vinho do Porto. A maioria destas castas dá origem as cachos de uvas, relativamente pequenas e de pele grossa, os quais produzem o denso e concentrado mosto necessário para fazer o vinho do Porto. 

Apesar das castas poderem ser cultivadas em sítios diferentes na vindima e na fermentação juntam-se as castas. Após este processo cada casta acrescenta a esta mistura o seu carácter e personalidade desde o sabor a frutos do bosque a aromas florais. 

Em meados de Setembro, é feita as vindimas. Umas vez que as uvas estão vindimadas são transportadas para as adegas e reservadas para que os enólogos possam analisar as uvas antes de seguirem para a próxima fase. 

A primeira etapa denomina-se por "corte", consiste em esmagar a uva a pé para libertar os sucos das uvas. Após o "corte" segue-se para a fase denominada por  "liberdade". 
Agora os pisadores trabalham livremente pelo lagar com objetivo de assegurar que as peles das uvas fiquem submersas no mosto. 

Depois de algumas horas inicia-se a fase da fermentação. O álcool que se começa a formar, dá origem à libertação da cor, dos taninos e os aromas das peles. A pisa é por vezes complementada pelo uso de êmbolos compridos de madeira que mantêm as peles submersas no mosto. 

Quando grande parte do açúcar natural da uva for transformado em álcool pela fermentação o enólogo dá ordem para que se comece o processo de fortificação.
O processo de fortificação consiste, à medida que o vinho for transferido para uma cuba, acrescenta-se aos poucos uma aguarente vínica jovem escolhida a rigor pela sua qualidade. 
A aguardente de qualidade a acompanhar o envelhecimento de vinho contribui para nobre complexidade do vinho do Porto Maduro. 

Após estes processos, o vinho é armazenado nas adegas no Douro e fica em repouso até a primavera do ano seguinte. 
Concluído o repouso que o vinho toma nas adegas, segue diretamente para as caves de Vila Nova de Gaia onde irá envelhecer e ser loteado e engarrafado. 



Categorias


 O vinho do Porto é dividido em duas famílias: Vinhos envelhecidos em madeira (wood aged), consiste em deixar o vinho a envelhecer numa pipa feita normalmente em carvalho, e os vinhos envelhecidos em garrafa (bottle aged), que consiste no envelhecimento do vinho dentro de garrafas. 

Dentro dos vinhos envelhecidos em madeira existem três tipos: 

- Vinhos do Porto frutados: A categoria a qual são classificados depende do tempo que permanecem dentro do tonel. A categoria Ruby, permanece cerca de dois a três anos. A categoria reserva, com um pouco de mais qualidade, permanecem mais um bocado do que os Ruby. A categoria Vintage permanecem de quatro a seis anos. 

- Porto Tawny: Apresentam uma qualidade de topo de gama e permanecem cerca de 10, 20, 30, 40 anos em cascos de carvalho intensificando os sabores a carvalho e a noz à medida que permanecem mais tempo dentro dos cascos. 

- Vinhos do Porto brancos: São feitos a partir de castas brancas e permanecem nos cascos entre dois a três anos. 

Dentro dos vinhos envelhecidos em garrafa, esta categoria é preenchida essencialmente por vinhos Vintage mas inclui também uma pequena categoria chamada Porto Crusted.

- Vintage: Representa a melhor produção de um único ano excecional. O vinho permanece em tonel durante dois a três anos e segue para as garrafas para continuar o seu amadurecimento. Os vinhos Vintage podem ser bebidos jovens mas a sua qualidade aumenta com o passar dos anos. 

- Porto Crusted: Não são feitos pela produção do ano, amadurecem na garrafa e não são filtrados, criando uma camada natural no fundo da garrafa ao longo dos anos, daí provem o nome desta categoria. 






Rota do vinho do Porto




O vinho do Porto é cultivado nos socalcos do Douro e pertence a uma das mais antigas regiões demarcadas do mundo desde que foi criada a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro em 1756. A criada esta companhia com objetivo de delimitar a região, registar vinhas e classificar vinhos tendo em conta a sua qualidade.  

No Douro também se produz vinhos de mesa que nas últimas décadas têm tido uma grande notoriedade dentro e fora de Portugal. 

A paisagem que se consegue observar ao longo do rio, demarcada pelas vinhas e os socalcos, deu lugar a uma paisagem única classificada pela Unesco. 


A região está dividida em três áreas: 

- Oeste, no Baixo Corgo: A cidade do Peso da Régua, capital do vinho do Vinho do Porto que oferece a opção de podermos visitar o Museu do Douro e o Solar do Vinho do Porto onde se realizam provas  de vinho de forma a aprender mais um bocado sobre o vinho. 

- Cima Corgo: Situa-se o Pinhão e o encantador miradouro de São Leonardo de Galafura

- Margem sul e Douro Superior: Situa-se o miradouro de São Salvador do Mundo.


A Rota do Vinho do Porto tem a possibilidade de se fazer, de carro, comboio ou barco. 
Para desfrutar o máximo nesta zona, pode-se embarcar no cais de Gaia e seguir até à Régua para de seguida apanhar o antigo comboio a vapor e fazer uma viagem histórica. 
Chegando ao Pinhão, tem a oportunidade de poder observar os azulejos da estação relacionados com a atividade vinícola. 
Para os mais corajosos, ainda há a possibilidade de participar nas vindimas  ( Setembro - Outubro) nas diversas quintas vocacionadas para o enoturismo e de beber o melhor que se produz naquelas terras. 

Na margem norte do rio e com ligação direta à Régua, poderá visitar a cidade de Vila Real, onde se encontra o Palácio de Mateus. A sul e também com ligação à Régua, tem-se a possibilidade de visitar Lamego e o seu santuário de Nossa Senhora dos Remédios. 




 

Cruzeiros do Douro

 


O Douro, devido à sua navegabilidade, permite realizar passeios de barco ao longo da sua extensão desde de Gaia até Pinhão, com possibilidade de visitar quintas produtoras de vinho e miradouros com paisagens únicas. 

A empresa Cruzeiros no Rio Douro oferece vários serviços relacionados com estes passeios. 

Os cruzeiros potenciam o turismo do Douro e permite descobrir uma das zonas mais aclamadas de Portugal, a região do Douro, que proporciona todas as condições para um Turismo de qualidade e experiências únicas. 

Na visita a algumas quintas há possibilidade de participar nas vindimas e até participar na produção do vinho. 

Nos cruzeiros há várias ofertas de serviços desde passeios temáticos a espetáculos de Fado. Nos passeios temáticos podemos provar os sabores do Porto. 




Desenhos com vinho do Porto

 


Recentemente vários artistas tiveram uma ideia muito original com um enorme potencial devido à sua originalidade e diferenciação.

Esta ideia consiste em desenhar e criar obras de arte a partir da cor do vinho. Como a produção do Vinho do Porto inclui castas tintureiras, que criam uma cor intensa e por sua vez possibilita desenhar e pintar com vinho. 


Gastronomia e vinho do Porto

 


Em conjunto com o vinho do Porto surge diversas harmonizações com comida. 

O vinho do Porto e queijo. O perfil de um queijo salgado e um vinho do Porto doce criam uma dinâmica de sabores incrível através da junção de opostos o doce com o salgado. 

A associação dos vinhos Vintage com os queijos fortes é uma das clássicas combinações. A textura do queijo com o trave a picante e sabor do vinho potenciam uma combinação muito forte. 

Os vinhos Tawny, mais ligeiros e com um caracter e de frutos secos mais marcado, os Tawnies envelhecidos em madeira são naturalmente refrescantes, servidos frescos ou ligeiramente refrescados, e são um bom par para um queijo duro e com sabores a frutos secos, ou com uma boa tarte de maça ou de laranja.

Os vinhos brancos são a bebida perfeita para um dia quente de verão, com amêndoas salgadas e batatas fritas. 

Os vinhos frutados e encorpados são a combinação ideal com uma tábua de queijos brie e cabra ou umas deliciosas sobremesas de chocolate. Muitas vezes na culinária, são utilizados na confeção de molhos para acompanhar bifes de vaca ou de veado 

Museu do Douro

 

Este museu, inaugurado a 20 de Dezembro de 2008, tem como objetivo mostrar e representar a cultura e a natureza da Região de Demarcada do Douro, consagrada como Património Mundial pela UNESCO.

A sede do Museu situa-se na cidade do Peso da Régua, resultado da restauração de um dos mais importantes edifícios daquela região, a Casa da Companhia, conjugando a modernidade com a tradição, demonstrando a identidade e tradição da região vinhateira. 

É constituído por: 

-Espaço central: situa-se uma exposição "Douro: Matéria e espírito". 

-Tem esplanada, biblioteca, restaurante e muitas outras coisas.


Solar do Vinho do Porto


O Solar do vinho do Porto, era um bar gerido pelo Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto que tinha como missão promover o vinho do Porto. 

O solar tinha uma enorme variedade de vinhos do Porto, incluindo algumas raridades, para além da variedade dos vinhos há possibilidade de apreciar um bom vinho do Porto nos jardins do Solar enquanto observa uma única e magnífica paisagem desde a zona das caves até à foz do Atlântico.

O solar pertence à Quinta da Macieirinha, foi restaurado recentemente e apresenta uma conjugação da antiguidade do palácio com a criação de um ambiente charmoso. 

Rio Douro


A origem da designação do nome Rio Douro tem diversas teorias. Uma das teorias fala sobre este provir de uma designação dur, que significa água em Celta. Outra, que provém do latim duris que significa duro, devido à dureza dos seus contornos. Pode também, significar riqueza que este dá às terras que o rodeiam, permitindo a produção de vinho, a irrigação dos campos, a pesca e o meio de transporte entre as povoações das margens.

O Douro é considerado o 2º maior rio da Península Ibérica, nascendo este em Espanha, nos picos da Serra de Urbião e percorrendo quilómetros até à sua Foz em Portugal, junto às cidades de Vila Nova de Gaia e do Porto.

Este rio foi em tempos um canal de transporte essencial no transporte do vinho do Douro e de pessoas, sendo este na altura perigoso e indomável onde apenas os barcos Rabelo conseguiam navegar. Os barcos Rabelo eram barcos manejados por seis ou sete homens, e como referido acima eram o transporte das pipas do Vinho do Porto.

Atualmente, é um rio seguro onde é permitido o turismo e onde percorrem diariamente vários cruzeiros.

O Douro têm no total 15 barragens, 5 em Portugal, 5 no troço do Douro internacional e 5 em Espanha. Estas permitiram a criação do Canal de Navegação do Douro, uma hidrovia desde a Foz até Barca d'Alva, onde os cruzeiros transportam milhares de passageiros.  Permitem ainda a produção de energia elétrica e a gestão do caudal do rio.





Rota do vinho do Porto